quarta-feira, agosto 28, 2002



sem comentários.... para quê? :(



Festa de Barrancos começa hoje com a bênção da lei


Por Lusa, Público.pt, 28 Agosto 2002

A partir de hoje e até sábado têm lugar os tradicionais festejos de Barrancos. A diferença, este ano, é que não haverá manifestações, à entrada da vila, das associações de defesa dos animais contra a morte dos touros na arena improvisada, uma vez que foi autorizada a lei de excepção que autoriza o abate dos animais.

Agora, o problema aventado pelas associações prende-se com o consumo da carne dos animais no local, que a realizar-se sem obedecer às disposições legais pode ser punível com penas até três anos de prisão.

A questão, levantada pela Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA), assenta no decreto-lei 28/84, que classifica como crime contra a saúde pública o abate clandestino e pune com prisão até três anos e multa não inferior a 100 dias quem abater animais para consumo público "sem a competente inspecção sanitária". Em anos anteriores, embora sem grandes espaventos, esta questão chegou a ser abordada, mas o então presidente da Câmara de Barrancos lembrou que a carne consumida por toda a população durante os festejos era desmanchada e certificada por veterinários.

Mesmo não tendo prevista qualquer manifestação, os defensores dos direitos dos animais continuam a contestar a lei de excepção aprovada para Barrancos (recentemente a Inspecção Geral das Actividades Culturais do Ministério da Cultura aprovou o regime de excepção para aquela vila alentejana, ao mesmo tempo que recusou igual pedido para Santo Aleixo da Restauração e comunicou estar ainda a analisar o pedido formulado por Reguengos de Monsaraz).

Ontem, em declarações à Lusa, o bispo de Setúbal, Dom Manuel Martins, considerou que a legalização dos touros de morte em Portugal indicia "um país sem rumo" e é "um sinal claro da desgovernação nacional". Afirmando que as touradas são "pedagogicamente um erro", o bispo de Setúbal lembrou ainda a morte dos animais em anos anteriores em clara transgressão à lei então vigente.

No ano passado, depois de terem sido identificados os donos dos animais, os toureiros e elementos da respectiva comissão de festas, foram levantados processos contra os mesmos. Contudo, na passada sexta-feira, o governador Civil de Beja, João Paulo Ramôa, determinou o arquivamento dos processos. Em 2000, depois da autarquia barranquenha, o seu presidente, os integrantes da comissão de festas e os toureiros terem sido multados num total de 31 mil contos, houve um recurso para o Tribunal de Moura, que se decidiu pela anulação das coimas.

Indiferentes a toda a contestação, os barranquenhos têm já outra garantia: a de que estes festejos, tal como os anteriores, serão um sucesso para o mais pequeno concelho do país. É que, desde a Páscoa, não há reservas para dormidas na vila e seus arredores (incluindo as povoações espanholas). Os bilhetes para os dois espectáculos taurinos, o primeiro dos quais tem lugar na tarde de amanhã, estão desde há muito esgotados. No decurso da primeira corrida serão estocados três touros, enquanto na segunda serão abatidos dois touros e uma vaca brava.

Numa povoação que não chega a ter 2000 habitantes, são esperadas, diariamente e durante os festejos, cerca de 15 mil pessoas. São números que coincidem com os dos últimos anos e que aumentaram após as providências cautelares que foram interpostas pelas associações de defesa dos animais.

A tradição de matar touros em Barrancos tem, pelo menos, três séculos. A destruição dos arquivos, devido a guerras, não permite datar com exactidão o início do espectáculo, sabendo-se, contudo, que em 1914 e em 1918, devido à I Guerra Mundial, não se realizaram festejos naquela vila. De resto, mesmo depois de Salazar, em 1928, ter declarado ilegal a morte dos touros na arena, os animais continuaram a ser estocados.







Estado malaio de Kelantan manda Exército caçar tigres em via de extinção


Por Lusa, Público.pt, 28 Agosto 2002

O governo do estado malaio de Kelantan deu hoje ordens ao Exército para caçar e abater os tigres em vias de extinção que habitam as florestas locais, uma medida que motivou a reacção dos grupos de protecção da natureza.

O chefe do executivo estadual, Abdul Aziz Mat, ordenou o abate de todos os tigres localizados pelo Exército, depois de três pessoas terem morrido em Kelantan, este ano, devido a ataques dos felinos.

"É melhor ter tigres mortos do que pessoas mortas," argumentou o ministro em declarações à imprensa, explicando a medida.

"O bem-estar dos tigres não pode estar acima do dos humanos. Os tigres estão muito melhor mortos", disse.

As palavras do ministro e a medida do executivo de Kelantan já suscitaram uma reacção de "forte repúdio" por parte do grupo ambientalista Worldwide Fund for Nature (WWF), cujas estimativas apontam para a existência de apenas 600 tigres no país.

Num texto de apelo ao fim desta acção do governo do estado malaio de Kelantan, o sítio da WWF refere que, nos anos 50, havia cerca de três mil tigres indo-chineses na Malásia. Em 1975 este número desceu até aos 500, para um ano mais tarde baixar ainda mais até aos 300, altura em que começou a ser considerada uma espécie protegida.

A população de tigres na Malásia tende a baixar novamente com a destruição do seu habitat natural e a escassez de presas.

Ainda segundo a WWF, no século passado, o planeta perdeu três das oito subespécies destes felinos. Os tigres de Bali, Java (Indonésia) e dos países da região do Mar Cáspio foram consierados extintos. No Sul da China, os tigres estão também muito perto da extinção. As outras quatro subespécies (Bengala, Amur, Sumatra e Indo-Chinesa) estão todas registadas na lista de animais em perigo iminente de extinção da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources




salamandrine 11:04



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